Pobreza extrema aumenta<br>na República Checa
Entre 2006 e 2015 a pobreza extrema aumentou na República Checa, tendo o número de guetos ou bairros de lata duplicado neste período, revelou um estudo encomendado pelo Ministério do Trabalho e divulgado, dia 28, pelo site da Rádio Praga.
Confrontada com os resultados do estudo, a ministra do Trabalho, Michaela Marksová, reconheceu que a situação desta categoria da população se degradou e que o fosso entre os pobres, cujo número é cada vez maior, e os ricos continua a aprofundar-se.
Já em Fevereiro, um relatório da Agência Intergovernamental para a Integração Social tinha assinalado o fracasso da estratégia nacional de luta contra a exclusão entre 2011 e 2015, mas concluía que os casos de pobreza e exclusão incidiam maioritariamente sobre a população de etnia cigana.
Agora, o novo estudo revela que há outros grupos da população atingidos, nomeadamente, desempregados, famílias endividadas e uma parte considerável de pensionistas, que representam cerca de sete por cento da população dos «guetos checos».
Segundo os dados apurados, há pelo menos 115 mil pessoas, ou seja mais 35 mil do que há seis anos, que vivem em condições de miséria extrema, oficialmente consideradas «insalubres e indignas».
No conjunto do país foram recenseados 606 bairros degradados, muitos deles autênticos «bairros de lata», em 297 cidades e municípios do país.
Porém, os autores do estudo constatam que é sobretudo nas zonas rurais que este tipo de aglomerados se desenvolveram nos últimos anos.
Por exemplo, na região de Karlovy Vary, na Boémia Ocidental, o número de lugares degradados triplicou, elevando-se para mais de 60.
Também na região vizinha de Pilsen, na Morávia do Sul e na Morávia-Silésia, os bairros de lata aumentaram duas vezes e meia.
Mesmo na capital, Praga, uma das regiões urbanas mais ricas da União Europeia, existem actualmente sete «zonas desfavorecidas», mais uma do que em 2006.